(I) Um problema grave, sério e de todos; não há como ignorar.
Porque será que os nossos jovens consomem tantas bebidas alcoólicas assim?!
e o meu brio de jovem.”[1]
Pe. Zezinho
A propósito do Gambôa Games
Nos últimos tempos, a respeito do “Gambôa Games (GG)”, tem-se falado bastante da venda, oferta e o consumo em excesso de bebidas alcoólicas, especialmente por jovens e adolescentes, em espaços e eventos públicos cujos objectivos e propósitos, em princípio, não se coadunam com essas práticas alcoolémicas, pelo contrário.
Antes de mais, é preciso dizer que o “bottom line” da questão tem a ver, sobretudo, com os princípios e valores pelos quais estamos regendo e queremos reger esta nossa sociedade. Afinal, que sociedade queremos!? Certo é que, não se pode ter tudo, e, para além do mais, tudo (i.e., cada coisa) tem o seu preço/custo, directa ou indirectamente. Seja como for, reflectir sobre tudo isso e agir em conformidade parece que é tudo o que não queremos – dá maçada, dá chatices – quem as quer?!
Voltando ao assunto “GG”, a meu ver, é preciso distinguir e separar, com cuidado, pelo menos, três ordens de questões. De uma forma geral, a primeira, a oferta e a venda de bebidas alcoólicas de uma forma avassaladora; a segunda, o consumo em excesso, especialmente por jovens e adolescentes; e, a terceira, a utilização dos espaços e eventos públicos para fins e objectivos diversos – contrários até – para os quais foram, à partida, propostos (e autorizados). Finalmente, haverá uma quarta ordem de questões que resultará do cruzamento das três primeiras. Aqui e por agora, a minha opinião incide apenas sobre a segunda que, afinal, tem directa correlação com a primeira e ambas ultrapassam, e muito, os “GGs”. As questões não começam e nem terminam aí o que, contudo – que fique claro -, não pode justificar pôr de lado a questão “GG”.
Porque será que os nossos jovens consomem tantas bebidas alcoólicas assim?!
Não sei ao certo. Mas como ignorar ou ficar indiferente perante tantos efeitos nefastos que o consumo em excesso de bebidas alcoólicas provoca!? Efeitos que se estendem a todos os que estão, física a afectivamente, mais perto daqueles que consomem, i.e., os seus familiares e amigos, as suas comunidades e a sociedade em que estão inseridos. Efeitos na saúde, no trabalho, na segurança e nas relações familiares e sociais. Como esquecer os custos sociais e económicos de tudo isso?! Dói nos fígados e pâncreas de cada um, dói nos cofres do estado e das seguradoras e dói na alma de todos os que se vêem confrontados com tantas tristezas, desgraças e infelicidades que resultam, directa e indirectamente, do consumo excessivo e abusivo de bebidas alcoólicas.
Como há dias constatávamos, numa das nossas tertúlias da AJP II, em Cabo Verde , é impressionante como nós consumimos tantas bebidas alcoólicas, seja por uma razão, seja pelo seu contrário. Nos nascimentos como nas mortes; nas alegrias e nas tristezas; por causa do frio e do calor; bebe-se por tudo e por nada; por muito e por pouca coisa. Bebe-se e deve-se beber. Incentiva-se a beber. Convida-se e beber. As bebidas estão por todo o lado e a toda a hora; não é? E, muitas vezes, se se recusar a tomar um “cuza”, “ta xatiadu propi”. Não será caso para citarmos aquele conhecido ditado popular? “As ocasiões vão sendo tantas e diversificadas que, se calhar, por causa disso também, vamos tendo mais “ladrões” (“sorry”, dependentes do álcool)?”
[1] Padre José Fernandes de Oliveira, SCJ (Pe. Zezinho) in “Meu Cristo Jovem”
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