domingo, 14 de outubro de 2007

Chove, a chuva miudinha da minha infância

São quase 4 da manhã.
Como todas as madrugadas, esta é também especial. Sempre achei as madrugadas especiais, mágicas, poéticas, tristes, na maioria das vezes, quietas, silenciosas. Esta está sendo muito especial. Chove, uma chuva mansa, miudinha; chuva inesperada, chuva de mês de Outubro. Sendo madrugada, só o som das gotas que vão batendo no seu suave bater nos telhados silenciosos e a água que vai escorrendo insistente das goteiras das casas. De vez em quando, ouve-se lá longe os barulhos ciumentos das trovoadas. Sabe-se bem tudo isso, tão bem porque, por uma razão que não sei como entender, trazem-me à lembrança momentos longinquos da minha infância. Que bom. Obrigado chuva, obrigado madrugada.

Voltarei, um dia

Voltarei, um dia,
todas as madrugadas
para te encontrar, sempre,
e ver o luar nos teus olhares, escuros,
que um dia deixei, para trás, ao pôr do sol.

Voltarei, um dia,
de madrugada,
sobre os telhados
e os sussurros de amores,
espreitando o dia porvir, na penumbra,
esperando o sol chegar,
e beijar a luz do teu olhar.
Voltarei.

PM

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