No cair da festa do município da minha cidade, revisito extracto de um texto que publiquei há sete anos.
"...A Cidade da Praia cresceu muito com o passar dos anos; já não é a minha cidade inocente e encantada dos meus ingénuos anos da infância e da adolescência.
Eu, também, cresci-me e perdi a minha inocência e o encanto que emprestava às coisas que amava. Parecemos, os dois, ela e eu, gente grande. Gente grande que se desentende, que se discute e se agride mutuamente. Apesar de tudo, só espero que a minha cidade ainda me reconheça, entre muitos outros filhos seus também, de latitudes, de credos, de vozes e de vontades diferentes, distantes e diversas.
Confesso, que, também, muitas vezes, sinto dificuldades de reconhecer a minha cidade que, pouco a pouco – é facto – vem perdendo alguns bons traços enquanto ganha outros e algumas rugas que, normalmente, marcam e caracterizam qualquer Cidade do mundo. Mas como bem dizia o grande Pablo Neruda, "Não posso viver senão em minha própria terra.”